terça-feira, 12 de abril de 2011

Dupla face


Existem muitas sensações ruins no decorrer da vida. E uma de fato horrível é se olhar no espelho e sentir decepcionado, frustrado e até mesmo com nojo de si mesmo (a). Quantas vezes nos olhamos e nos perguntamos: quem diabos sou eu agora?

Criamos um tipo de máscara para viver uma vida dupla, um seguindo diretamente os nossos princípios e aquilo que costumamos fazer. E outra vida guiada pelas nossas vontades, desejos ou a risca a todo tipo de vento de “oportunidade” que nos aparece.

Isso, infelizmente, se passa ser natural ou fingimos que é. Mas ninguém pode dizer que dentro de si, sabe que há algo errado... É como tampar um machucado com “Band-aid”, sabe aqueles da cor da pele que dá pra camuflar bem ou até mesmo uns personalizados para parecer algo cool (legal) e tão “modinha”? Mas sempre por detrás disso está a ferida não curada, e se torna o ponto fraco. Pois toda vez que bater lá vai doer...

Quem acha que enganamos? Nossa vida não é um show no qual as pessoas nos assistem. Então estamos representando pra quem? A não ser nós mesmos. Achamos que estamos enganados todo mundo, mas enganamos a nós mesmos. Vivendo um personagem que sempre tem alguém que sabe o que há por detrás da máscara.

Vivi e vivo uma vida tão mascarada que acho que posso enganar representar tão bem com cacos pendurados diante a face. E como sei que sou mais um ator numa grande encenação finjo que não sei de nada, vejo nada e faço nada...

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.”

O único que conhece bem o ator por trás das máscaras é Deus. E por incrível que se pareça nunca o vejo irado, porém como uma posição de quem sabe o que realmente aconteceu dentro de nós.

Lembro-me de um tempo em que eu me sentia mal com algumas coisas que fazia, pensava e até mesmo era... Eu estava tão enjoado disso e não sabia o que fazer, alias não me via em condições em fazer algo a respeito de quem eu era... Nem sei se tinha nome pra isso!

Então eu simplesmente orava, meditava, chorava, gritava desesperadamente por uma mudança dentro de mim que nem sabia como fazer... Num ato de desespero como se minha vida dependesse disso (e não só a minha vida dependia, mas a minha felicidade também). Fazia sozinho, sem ninguém saber... A solidão me era propícia pra lutar contra a minha vontade de não mudar.

E hoje vejo que houve mudanças e muitas! E ainda tem outras e muitas!

De fato não conseguimos mudar, mas não devemos nos conformar... Porque só quem sabe exatamente quem somos por detrás das nossas máscaras é quem pode mudar exatamente o que tem que ser mudado. Não desista, não se conforme! Você não é o único ator (atriz) que acha que representa bem... E no fundo sabe que seu personagem nem é tão legal assim.

Nós somos exatamente o que fomos criados e moldados. E não exatamente o que escolhemos, pois não sabemos escolher bem...

“Pois, no íntimo do meu ser tenho prazer nas coisas de Deus; Mas vejo outro modo de vida atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra as coisas da minha mente, tornando-me prisioneiro das minhas vontades e desejos errados que atua em meus membros.

Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?

Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! De modo que, com a mente, eu próprio sou escravo dos princípios de Deus; mas, com a carne, da vontade de pecar.” (ênfase minha).

Sim, graças a Deus...

*As coisas que escrevi aqui são as que presenciei, vivi e vivo. Vê, não somos tão diferentes assim...

*Dedicados aos “jardineiros” e ao meu “jardim”... (eles sabem de quem estou falando)

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